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A primeira coisa estranha desta notícia é o governo oferecendo incentivo financeiro para escolas públicas, porque (embora eu possa estar errado) a função do governo em relação a educação é administrar, inclusive financeiramente, as escolas.
A explicação do incentivo: o governo vai pagar uma espécie de premiação para as escolas que forem mais bem colocadas em uma prova, e mandar um auxílio (menor do que o prêmio) para as últimas colocadas, pra ver se melhoram (como era, se ainda não for, a Tele-Sena, premiando quem fizer mais e menos pontos).
No fim das contas até aqui está quase tudo bem: o governo está mandando dinheiro para as escolas. Condicionar esse repasse às escolas à colocação que tiverem nessa gincana paira entre o ridículo e o perverso: a ideia ridícula da direita de fazer da competição uma espécie de motor da sociedade, e a perversidade de condicionar à meritocracia o que deveria ser uma questão de direitos e deveres em primeiro lugar.
Mas a ideia, que já é ruim, ainda tem espaço para piorar: quem não aderir à gincana vai perder "verbas de transferências voluntárias estaduais.", provavelmente para ensinar que a educação não é um direito do povo e um dever do governo, mas um prêmio para quem provar seu mérito deixando os outros para trás.