Para algumas pessoas o termo “incubadora de empresas” ainda é um “bicho-de-sete-cabeças”. Isso porque muitas não conhecem o movimento e nem a importância do setor para o desenvolvimento social e econômico. Sem contar que tratam o assunto como se fosse uma novidade, e nem se dão conta de que as incubadoras estão em crescente expansão, no Brasil e no mundo, há várias décadas.
E é com o objetivo de mostrar alguns dos principais acontecimentos sobre o setor de incubação, que Anprotec aos poucos resgatará fragmentos da história desse importante instrumento de apoio ao empreendedorismo inovador.
Muitos pesquisadores e historiadores afirmam que a primeira incubadora de empresas foi idealizada nos Estados Unidos. Segundo a National Business Incubation Association (NBIA), a primeira surgiu em New York, em 1959, na cidade de Batavia. Fundada por Joseph Mancuso, nas instalações de uma das fábricas abandonadas da Massey e Fergurson, esse mecanismo de apoio ao empreendedorismo chamava-se Batavia Industrial Center (Centro Industrial de Batavia).
Além da infra-estrutura física das instalações, Mancuso adicionou ao modelo um conjunto de serviços que poderiam ser compartilhados pelas empresas ali instaladas, como secretaria, contabilidade, vendas, marketing e outros, o que reduzia os custos operacionais das empresas e aumentava a competitividade. Uma das primeiras empresas instaladas na área foi um aviário, o que conferiu ao prédio a designação de “incubadora”.
Graças a esse primeiro passo na década de 50, o movimento começou a tomar a forma como hoje é conhecido. A partir daí, de acordo com a NBIA, foram várias as ações que contribuíram para o desenvolvimento das incubadoras nos EUA e no mundo.
Para Marco Antônio Tourinho Furtado, professor da Universidade Federal de Ouro Preto/MG e autor do livro “Fugindo do Quintal: Empreendedores e Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica do Brasil”, a origem das Incubadoras de empresas é controversa.
Furtado explica que entre os pioneiros do setor está a University City Science Center, na Pensilvânia, nos EUA, que tinha inicialmente o objetivo de recuperação urbana, mas passou a abrigar pequenas empresas comprometidas com o desenvolvimento tecnológico. “Mas esse ainda não era o modelo de incubadora de empresas que acabou por se consagrar”, diz.
Para ele, um dos agentes colaboradores para a formação do modelo de incubação deu-se por meio da criação de centros inovadores voltados para conjugar o saber acadêmico e o esforço de pesquisa universitária com o fazer tecnológico.
Nos anos 80 houve uma expansão das incubadoras devido às transformações nas estruturas do setor produtivo. Furtado explica que o fechamento das indústrias, as mudanças na gestão da tecnologia e a necessidade de transferir conhecimentos acadêmico-científicos para o setor produtivo foram os principais fatores que impulsionaram, na época, a multiplicação das incubadoras, e em seguida dos parques tecnológicos. “A construção de modelos de parceria na rede de produção de tecnologia e inovação ajudaram a formar as incubadoras de empresas, que passaram a ter este modelo, já consolidado e copiado em todo o mundo”, completa.
Vale lembrar que essas são algumas das versões existentes sobre o surgimento do movimento de incubadoras. Mas, independente da história, as incubadoras deram certo e hoje apoiam milhares de novos empreendimentos inovadores. Atualmente, os Estados Unidos contam com mais de 950 incubadoras de empresas em funcionamento, sendo que muitos outros países, como o Brasil, abraçaram a ideia.
Jeferson Silva - PU3OSI